sexta-feira, 6 de março de 2015

RESENHA AULA 06/03/15

Num dia bonito chego a achar que é pecado abrigar-se muito do Sol. Me sinto como se estivesse ouvindo música alta no fone de ouvido em plena execução de uma peça em um teatro. O privilégio de patinar nessas manhãs maravilhosas em tão boa companhia é algo por que terei eterna gratidão. Com direito a engavetamento e show de ski, a aula de hoje foi, como sempre, surpreendente e deliciosa.


BEBÉH e ROBERTA estavam assentadas no jardim e conversando animadamente quando cheguei. Acho lindo essa vontade de patinar que minhas alunas têm e que me contagia. Bebéh estava estreando o seu SEBA nesse dia, e precisou de um breve aquecimento para entrar no ritmo. Beber, que sempre pisa de calcanhar, começou a descida com uma certa insegurança, já que toda hora perdia o equilíbrio para trás. Mesmo assim, agora que tem um SEBA de carcaça rígida, sua pisada está certinha, e só resta mesmo um pouco de consciência corporal que a ensinará a transferir a carga um pouco mais para frente e tirar o peso do calcanhar. Beber, que é leve e tem força razoável, tem respostas rápidas e patina bem na maior parte do tempo. Engraçado é que, de repente, sem que ninguém esteja esperando, ela desmonta de um jeito que parece que tomou um choque e desmaiou. Não sei se começo a rir ou se ajudo ela, rs. Toda vez que ela começa cair ela vai até o chão, independente do apoio estar firme. Roberta esteve conosco durante toda a aula. Ela aproveitou a oportunidade para treinar a remada. Patins bons como o SEBA têm o inconveniente didático de serem tão macios que não carecem de movimentos adequados para deslizar. Só mesmo uma subida para aperfeiçoar os movimentos. Bebe tem uma dificuldade com lateralidade que fomos resolver só no final da aula. Quando a gente tinha que levar o peso para a perna esquerda, por exemplo, ao invés de levar o corpo para a perna, ela isolava a perna que parecia que ia joga-la na lagoa. No final, com as muitas tentativas que fizemos, ela finalmente entendeu. E na subida ela surpreendeu! Levou cerca de dois minutos pelejando sem sair do lugar… mas assim que conseguiu entender o movimento, subiu com leveza e rapidez, a ponto de ter que pedir para ela ir mais devagar para elaborar mais o movimento. Roberta fez o trecho todo! Brilhou! Raramente ela se segurava em mim ou na Bebéh, e sempre se virava. Bebéh precisa ficar mais serena. Sua ansiedade atrapalha sua concentração e a torna desatenta. O patins está sendo um ótimo exercício. Na descida forte Roberta bem que tentou vir sozinha. Quando viu que não ia dar conta logo avisou que ia segurar no quadril de Bebéh. O que Bebéh não esperava era o engavetamento com direito a conchinha que as duas arrumaram na embolaria de tentar não cair. E novamente tive que escolher se ria ou se acodia. No Platô fomos treinar o apoio de uma perna só. Usando o apoio unilateral Bebéh passou duas vezes pela calha de tijolos ou “Rego da Roberta”. Tivemos até a platéia com um senhor que elogiou a evolução da roberta desde a aula anterior. Na descida até o final do trajeto, trabalhando administração da velocidade, e no estacionamento as curvas como “abre e fecha assimétrico”. Dessa vez tivemos um pouco dificuldade com coordenação, mas descobrimos que beber faz curvas para a esquerda lindamente. Quando as curvas já estavam se saindo bem, já emendamos o arremate com a meia lua. As curvas de alto desempenho de Bebéh eram sempre muito bruscas, como são quase todos os movimentos dela quando está aprendendo. Precisamos serenar essas manobras para diminuir seus riscos. Por fim, muito mais firme e à vontade com o patins, Bebéh já mostrou que não demora a estar passeando sozinha por aí!

Em seguida chegou a CLÁUDIA, com um patins melhor do que o que estava usando antes e muito animada. Já no começo da aula ela mostrou que tem uma flexibilidade sensacional! Sua perna rotacional tanto que ela foi uma das poucas alunas capazes de fazer o encaixe frontal sem esforço. Passamos por obstáculos com tranquilidade e patinamos com calma. Cláudia estava super centrada e não oferecia  dificuldade com medo ou travamento. Mas, como a Bebéh, Cláudia tem pisada de calcanhar, o que a torna vulnerável às quedas para trás. Trabalhamos isso com cuidado e firmeza, já que é uma questão de segurança de extrema importância. Nas remadas ela não teve dificuldade com as pernas, nem por força nem por encaixe. Cláudia estava suada por causa do calo e do trabalho aeróbico. Com o corpo bastante exigido, mas com muita disposição, Cláudia conseguiu ter uma aula pesada e semblante leve. Como poucas são capazes de fazer, Cláudia teve a capacidade de aprender a técnica com atividades pesadas mas, ao mesmo tempo, curtiu a aula. Cláudia também consegue fazer algo parecido com meia lua. Por que suas pernas são bem fortes, ela fazia um jogo de força com a parte interna da coxa, não deixando o patins ter velocidade suficiente para a meia lua. Com muito custo ela foi soltando desse tipo de apoio e dando lugar ao deslizamento de lado que a manobra proporciona. Cláudia também passou bem pelos tijolos. Sua coragem ajuda muito! Na descida para ir embora fomos trabalhando troca de base e encaixe frontal. Para finalizar a aula fizemos uma sequência de curvas e Cláudia deu o show de primeira. Investigando o que poderia ser responsável por tamanho sucesso tão rápido, descobri que ela praticou Ski, e que, portanto, tinha a memória dos movimento de curva de que precisamos. Depois de subir toda a escadaria sem problemas, fomos para o platô aplicar as curvas, e novamente um Show de Ski. É preciso comentar que num desses atrevimentos de fazer as manobras sozinha, ela virou para o lado errado e quase que embolamos descida abaixo.A aula foi encerrada com arremate de meia lua e Cláudia cumpriu, ainda com supervisão, o conjunto básico de manobras que considero essenciais para quem quer patinar por aí sozinho. EM apenas duas aulas ela avançou MUITO, e estou impressionado.

MÁRCIA, irmã da Cláudia, chegou com filhas e marido. Ela, que tinha cancelado a aula, acabou conseguindo chegar e animou enfrentar o Sol. Calçou o patins e logo sentiu aquela primeira sensação que todos têm quando colocam o patins no pé: está tudo solto, o que eu faço com essas pernas? Sua patinação era primitiva e engessada. Sua postura não era ruim, mas o medo a fazia arquear bem. Bastou uma breve observação e Márcia já estava de pé, postura correta e pernas firmes. Márcia é atleta, malha e é muito leve. Isso facilita muito as coisas, embora o medo ainda seja uma barreira para enfrentar. Ansiosa na patinação, ela trocava de pernas muito rápido e tinha um tempo muito curto de permanência em uma perna só. Trabalhando a calma e a consciência do pé de carga, isso foi melhorando rapidamente. Em apenas UMA AULA indo e vindo na rampa do estacionamento fizemos a patinação para frente, troca de base, sustentação de um pé só feito aviãozinho e finalizamos com meia lua. INCRÍVEL! No final, ela só precisava de mim para coloca-la no eixo e puxar para dentro da curva. No mais ela fazia tudo sozinha no final da aula. Sua filha mais nova, a Liz, se inspirou na mãe, embora andasse melhor que ela, e a mais velha deve ter ficado balançada com o patins, embora parecesse gostar muito de pedalar com o pai. Espero ver em breve outra família unida no patins!

Saindo no meio do dia com o Sol forte na cabeça estava pronto para outra. Obrigado, meninas, pela companhia nesta manhã, e parabéns pelo talento e esforço!

Vamos patinar juntos!

Patrick Bonnereau
Instrutor de Patinação
#VamosPatinarJuntos
bhroller

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