domingo, 9 de novembro de 2014

RESENHA AULA 08 E 09/11


Dois dias de Sol e uma overdose de patins! Depois de 10 aulas de patins em um final de semana, a resenha ficou um pouco grande, mas recheada de aventuras!

08/11
HELENA sempre chega mais cedo e já vai se equipando. Debaixo daquele Sol de 15h na esplanada sem sombra do Mineirão, o clima desafiava mais do que o próprio patins. Mas a paixão pelo patins e a vontade de fazer coisas novas não encontrou barreiras à altura. Com uma patinação absurdamente melhor do que aquela que ela tinha quando começamos o curso, Helena já está naquela fase da vida de patinadora em que a pessoa olha você patinar, acha fácil por que você parece leve e só vai descobrir que se enganou quando tenta, hahahaha. Para tornar o Sol um fator mais decisivo ainda, a aula teve uma pegada totalmente fitness, já que Helena é toda adepta aos "paranauês" da saúde. Na hora de descer, treinamos as curvas e conseguimos perceber a questão da carga cruzada, foi lindo. Desenvolvemos melhor a patinação em uma perna só, enfrentamos a subida com raça e, depois de cansada, essa menina ainda foi treinar meia lua. Morri de rir por que, quando começou a tocar rock nos auto-falantes do Mineirão ela se empolgoi e começou a fazer a manobra como se viesse treinando há meses! Acho que faltou um exame anti dopping aí, rss. Esta manobra, que é muito importante, exige muito das pernas, já que precisamos nos estabilizar com os pés quase alinhados lateralmente. Helena não se queixa hora nenhuma, embora demonstre que está quase desmaiando com o tanto que puxo a aula. E tem um detalhe: Helena também marcou o primeiro horário do dia seguinte na Praça JK, que já comentaremos!!! Fiquei feliz em vê-la independente e estou certo de que não demora estaremos patinando na massa crítica!

ANA CLÁUDIA vem vindo no meio daquele chão quente e claro do Mineirão. Naquele calor tórrido, a cena dela chegando parecia uma miragem... ELa tão pequena no meio de tanto deserto, rs. Ana chegou caminhando com uma cara de missionário religioso do Oriente médio. Tão decidida que parecia até que sabia o que eu estava prestes a fazer com ela, rs. A aula mal começou e já fomos andando na direção daquele morro. Ana, que é muito boa em captar a técnica e fazer manobras com perfeição, estava precisando mesmo era de enfrentar o medo que tem de se machucar, que é o que sempre dificulta sua vida de patinadora. Ana não é daquelas alunas teimosas que precisam de um trabalho repetitivo de ajuste de técnica. Ela sempre pega rápido, mas tem medo de fazer sozinha. Vale lembrar que ela estava empacotada de equipamento feito embalagem de transportadora de vidro. Tinha cotoveleira, joelheira, fraldão, munhequeira e sei-lá-mais-o-que (colocado sei-la-mais-onde), hahahaha. No meio da subida eu já estava querendo rir por que Ana estava suando e morrendo de calor sem que eu nem tenha começado a brincadeira. Na subida, que começou sofrida, Ana encontrou o eixo e, do meio em diante, escalou sem esforço. No platô lá em cima, Ana começou a ser rebocada com vigor para testarmos a carga cruzada das curvas. O detalhe é que estavamos em uma velocidade ALTÍSSIMA e ana ficando verde de medo. Quanto mais medo ela tinha, mais alto eu gritava: "Bora Ana!!". Ela devia estar me achando ridículo, por que não sabia se ria, se chorava, se reclamava ou se administrava as pálpebras, por que o olho dela ia secando e ela nem piscava. Foi incrível ver a Ana descobrindo os eixos e fazendo curvas com perfeição e alta velocidade. Aliás, acho que a adrenalina foi muita, por que, na volta lá estava Ana "divando" na patinação com os calcanhares batendo SEM EU PEDIR!!! Isso mesmo, uma consequência NATURAL da patinação perfeita e estável! Patinando na direção da rampa, já retornando para a base, começamos a ganhar velocidade (eu de costas) quando alguém colocou o poste no meio do caminho. Ana fez uma cara diferente e não disse nada. Quando olhei para trás, o poste já estava vindo com tudo (sim, ele foi para cima de mim). A única coisa que deu para fazer foi puxar ana para ela não dar um beijão nele, mas estávamos tão depressa que os pés dela trombaram e ana foi gentilmente deitada no chão enquanto eu ria da cena. Mas a sacanagem mesmo foi eu fazer ela subir a escadaria do platô inferior antes de finalizar a aula... Ana estava parecendo que subia o Everest com rarefação do ar e tudo mais. Chegou lá em cima achando que ia morrer, e as pernas não obedeciam mais. Estou muito orgulhoso dos enfrentamentos da Ana, e ela ainda não se deu conta do quanto evoluiu. Quando esse medo sair da aba dela vamos arrasar mais ainda! Parabéns pela superação Ana, na próxima vamos descer aquele legócio direto, hein?!

No lugar de ANDIARA, que acabou não podendo ir, chega DAISY, que conseguiu o horário na raça. Acho que essa menina guardou tão firme na memória suas primeiras experiências com o patins lá na barragem que não percebe sua evolução. Foi ela se levantar do banco e começar a andar e eu já imaginava as luzes e a platéia, hahahaha. Daisy patinando sem mancar, com uma perna de cada vez, sem balançar a cabeça e com ombros estáveis. Na última aula que tivemos, Daisy estava tão independente e atrevida que caímos umas duas vezes por que ela inventou de fazer algo e me pegou desprevinido. Dessa vez, escaldada, ela fez tudo como manda o figurino, e evoluiu muito. Para começar ela finalmente sentiu os eixos das curvas em zigue-zague, e  pode ver suas curvas nascerem com naturalidade e menos esforço. Muito mais concentrada, Daisy simplesmente acordou para o tato dos pés com o patins, e acho que isso foi um dos maiores ganhos. Ela, que já patinava "Divamente" sem olhar para os pés, agora sente como eles estão e já usa isso para fazer reparos de postura e desenho de patinação. Daisy também subiu as escadas, e o fez com maestria, chegando lá em cima praticamente sem se cansar. Um dos principais sinais de que ela está com uma patinação eficiente é sua permanência após o término da aula. Daisy ficou no Mineirão até o vigia do quadriciclo expulsar a gente (21h)! Se ela estivesse patinando com má administração da energia, não aguentaria o cansaço e tiraria logo o patins. Acho que o Sol na cabeça me afetou nesse dia, e fiz uma confusão com horário que prejudicou a aula da Daisy, que foi mais curta do que o normal, além de me esquecer de que o casal ROMERO E CAROL tinham reservado duas horas de aula, e não uma. Mesmo assim, ainda conseguimos fazer ilesos alguns testes de parada brusca e curvas fechadas com reboque, o que antes só terminava em tombos. 

IGOR e ROBERTINHA, dois amigos e colegas de trablaho em uma das escolas em que trabalho, apareceram por lá de surpresa. Isso também contribuiu para a minha confusão de horários, já que não resisti a tentação de vê-los com patins no pé. Igor, atrevido, foi o primeiro. Calçou o patins e saiu andando feito uma marmota. Lutador de Tae Kuon do, Igor tem pernas fortes e boa relação de equilíbrio e sustentação em uma perna só, e, embora não estivesse patinando feito um divo, se virou bem. Para guardar de recordação e poder rir quando quisesse, fiz um vídeo disso tudo. Robertinha, que já patinou na infância, colocou o patins da Ana Cláudia, e seus pés tiveram que ficar dobrados lá dentro. Foi a conta de levantar e ela já queria assentar outra vez. Tudo bem que ela estava toda delicadinha de vestidinho florido, o que não ia ornar bem um tombo com as pernas para o ar. Mesmo assim, insisti que ela desse uns passinhos sob minha supervisão. Pedimos uma foto histórica e Ana fez para gente... ELa fez as fotos: enquadrou, contou até três e.... Se esqueceu de clicar no botão de fotografar!! Hahahahahaa. Conseguimos um pequeno vídeo da gente fazendo a pose, de que fiz um print para guardar, mas valeu demais. Adorei a companhia de vocês nesse sábado, fiquei muito feliz mesmo. Venham sempre!

ROMERO e CAROL já estavam por lá e até assistiram a marmotice de Igor. CAROL foi primeiro e arrasou! Ela já anda e é toda atrevida, mas tem duas dificuldades que podem ter sido o motivo de querer passar por mim nessa trajetória da patinação: dificuldade de administrar velocidade e a frenagem, a danada da frenagem. Todo mundo aprende a andar e tem que aprender a parar, mas o patins não para! (rs) O primeiro passo com essa menina cheia dos conhecimentos da rua foi o banho de purpurina. Sim, Carol teve que entrar no clima de DIVA, e o fez lindamente. Bastou 5 minutos de aula para ela estar fazendo a patinação do aviãozinho. Sustentada por um pé e com o outro esticado para trás, Carol patinava como se estivesse flutuando 1m acima do chão. Como se não bastasse a absorção imediata da nova proposta de postura, Carol também inventou de encarnar a Diva por completo. Ela estava muito concentrada e viajando na patinação dela, mas tinha hora que eu achava que ela imaginava uma multidão aplaudindo e gritando seu nome. Um sorrisinho nascia no canto do rosto e eu até acho que ela piscava por causa dos flashes dos paparazzi. Fazendo em minutos o que normalmente leva várias aulas, Carol reuniu sua experiência e nós lapidamos suas curvas, consertando o vício de se recolher a perna de dentro e acrescentando beleza aos movimentos. A famosa escada por que todos passaram também foi enfrentada com bravura pela boxeadora cheia de energia, e chegamos ao topo sem grandes fadigas. A menina é dura na queda, e muito disciplinada. Para terminar e acabar de esgotar suas forças, fizemos uma bataria de frenagem com corrida em linha reta e parada brusca com meia lua. As veias do pescoço dela até estufavam na hora do tranco, mas ela enfrentava tudo sem medo. Carol é das guerreiras mesmo!! Adorei!

ROMERO foi patinar comigo logo depois. Só filmando para acreditar no que aconteceu com esse moço no intervalo entre a última aula e essa!!! Na aula anterior, como bem diz nossa resenha, Romero andava com dificuldade por que é alto e pesado e precisava trocar de carga, fazendo força demais. Além disso, quando trocava de peso de uma perna para outra, o fazia com tamanha distância entre os pés que ficava inseguro e se cansava muito. Quando pedi a ele que patinasse para eu ver quanto da aula havia ficado em sua memória motora, fiquei CHOCADO!!!!! Pensem num cara que saiu andando feito DIVO!!!! Era Romero, gente, ele mesmo. Romero descobriu o lance de trazer a perna para debaixo do umbigo, e não o contrário, e usava isso para patinar com mais controle e tranquilidade. Em sua patinação ainda havia vícios como o de pisar muito no calcanhar, e fomos trabalhar isso. Subindo com dificuldade no princípio da rampa, mas com desenvoltura assim que pegou o jeito, Romero chegou lá em cima morto de calor. Romero não se queixa nem diz que não vai dar conta, ele apenas aceita os desafios e manda ver. Acho essa uma das grandes virtudes de um aluno. Coloquei ele para fazer curvas fechadas em reboque e ele fez uma força danada. Eu, nem se fala, rebocando o cara maior que eu. Ficamos lá naquela peleja até que ele quebrou seu pacto de silêncio (rs) e disse: "ó! Agora eu percebi o negócio da perna". Sim, Romero agora sabe usar a perna certa para fazer curvas. Para comemorar, descemos a rampa em zigue-zague, e os skatistas pararam para olhar. FIquei na dúvida se estávamos atrapalhando, se eles duvidavam que íamos conseguir ou se queriam mesmo ver o tombo. De qualquer forma a platéia sempre anima o artista, e Romero desceu lindamente, ou deveria dizer "pintamente" para não ficar muito gay? Na volta, também pela escada (ô escada...), Romero já estava cansadão, mas ainda teríamos que trabalhar uma última coisa coisa: a famosa manobra mosca-de-padaria! Coloquei Romero para correr em volta do poste e não sei se era maior o sentimento de orgulho ou a vontade de rir. Seu domínio de curvas está muito bom, e sua postura é SEMPRE bem cuidada, o que não sei se é coisa dele ou se é consequência do curso. Mas um cara daquele tamanho rodando em volta do poste E COM PRESSA ainda por cima (por que pedi que ele desse mais vigor ao exercício) estava muito engraçado. Romero deu o Show e está na lista das recomendações para o evento MASSA CRÍTICA e ROLLER RIO.

Quem me chega patinando na noite da esplanada? A Super, a famosa, a xique, a patinadora, a mascote, a TIAAAA SELMEEEEEE!!!! Hahahahahaha! Ela chegou patinando no meio do povo, assim, como se estivesse inspecionando o Mineirão. Olhei para aquilo e falei comigo: "como assim, Tia Selme por aí sozinha assuntando?". Já comecei rindo antes da aula começar. Tia Selme, que resolveu devolver a bermuda do filho dela, agora tem uma calça High Tech para colocar por cima do seu fraldão, e não brilham mais os detalhes em laranja de antes. Agora ela virou mesmo Lou Patinadora. Reclamando da minha magreza, Tia Selme me pagou um pão de queijo, que comemos enquanto colocavamos os assuntos em dia. Na saída para buscar o dinheiro na bolsa dela do outro lado do Mineirão, uma surpresa: ela já estava patinando com um pé só e com rotação de quadril na alternância das remadas! Sim, ela patinava sempre em uma perna e com uma ginga super firme! Ela deve estar comendo no mesmo restaurante que o ROMERO, por que não tem base ela ter evoluído tanto entre as aulas. A patinação dela estava tão eficiente que atingimos 13Km/h quando eu me lembrei de pegar o GPS para medir. Quero dizer que, no momento de mais emoção, devemos ter chegado a bem mais que isso!!! Só que tem um problema: Tia Selme não sabe o que fazer com essa velocidade toda! Se continuasse asism, ia ter que haver sempre uma esplanada enorme para ela parar com o vento, e isso não inclui o anjo da guarda interceder na retirada dos meninos que brotam do chão em nossa frente. Motivados pelo cenário de perigo que sua velocidade radical estava desenhando, resolvemos treinar curvas, que pelo menos resolviam o negócio do anjo. Em mais uma coincidência com a história de Romero, Tia Selme veio se tornar uma mosca noturna, girando em 8 em torno de dois postes em um trecho de nosso passeio. Sempre melhor quando não está prestando a atenção no que está fazendo, Tia Selme só dava conta de fazer as manobras quando estavamos batendo papo. Era só ela prestar a antenção e o negócio desandava. O pior era a gente não se aguentar de rir da situação. E ela reclamando que o cérebro dela estava todo errado. Com apenas uma desequilibrada que deu em Tia Selme uma taxa de adrenalina superior ao somatório de toda a semana de aventuras diversas em sua rotina, tivemos uma noite tranquila de patinação, e só fomos embora por que o moço do quadriciclo chegou tocando a gente. Cheia de energia ainda, Tia Selme já tem sua estrutura tão transformada pela patinação que já entrou no time dos que podem ficar rodeando o local das aulas fazendo dever mesmo depois do horário. Tia Selme, é sempre bom quando você dá um jeitinho de vir patinar com a gente!!!! :)

No finalzinho a diversão mais PRO da noite: NATACHA e sua patinação artística brota-recalque. Sob a pressão dos ansiosos moços-guarda do quadricilo, ainda conseguimos umas manobras e uns tombos do lado de dentro do Mineirão. Natacha até inventou de passar debaixo da minha perna patinando deitada Deus-sabe-como, e o pior é que deu certo, hahaha. Já com os portões do Mineirão fechados, a vontade de patinar não terminava nunca, e fomos fazer estrepolias na rua. Ela de Quad e eu de inline, misturamos manobras de street com a patinação artística, e demos um show para as árvores que estavam passando alí por perto. Foi lindo, mas rendeou dois tombos para seu joelho desprotegido e para o patins novinho. Mais equipamento de segurança da próxima vez, hein?

Ir dormir tarde depois de um dia tão cheio de emoções é bom demais. Encaro as aulas com muira seriedade e profissionalismo, mas não consigo me furtar a sensação de estar voltando de férias cada vez que vejo vocês e vivo tantas experiências. Descansar para recomeçar cedo no dia seguinte: melhor sensação.

09/11
Depois de dormir cansado e realizado das aulas de sábado, lá vem o Sol da manhã de domingo com aquele Céu azul que a Bic desistiu de tentar copiar. E quem abriu o dia? HELENA, outra vez, por que ela deve ter a chave das aulas, só pode. Ela chegou primeiro novamente, animada novamente, e estava calor novamente, hahahaha. A diferença é que não deu aquela chovinha-de-molhar-bobo do sábado. Desafiada pelo pavimento bem acidentado da praça, Helena teve que fazer bastante esforço para repetir o que estavamos vendo na aula de sábado, mas logo entrou no clima e começamos o primeiro grande desafio: curva trançada! SIM, TELE ESPECTADORES de todo o Brasil! Helena começou a ver curva trançada! No centro da praça temos círculos concêntricos e usamos o menor deles para definir uma trajetória circular para nossa manobra. Ainda com bastante dependência do apoio, Helena topou e mandou ver. Fizemos a curva trançada para os dois lados! Descendo o Platô da praça, que tem inclinação média e é bem amplo, Helena desceu com muita tranquilidade e fazendo as curvas sem nenhum sofrimento. Ou ela superestima a segurança que eu ofereço ou ela é mais chegada do anjo da guarda que não intercedeu pela Tia Selme, por que ela nem modificava o semblante, que estava sempre com um misto de sorriso e súplica. Sorriso por que Helena que é uma pessoa super astral e animada, parecia satisfeita com seu desempenho (em bora não tanto quanto eu), e súplica por que o calor e a minha mania de desafiar os limites a deixavam descadeirada de tanto fazer força. Na hora da meia-lua, que é sempre um desafio, ela encontrou os eixos e fez com independência. Não demora ela fazer sozinha só para o Show das Poderosas. Para humilhar os passantes, Helena ainda tinha um outro compromisso fitness depois da aula: seu grupo de atividades físicas do domingo de manhã. Saindo da aula, lá foi ela se aquecer para uma rodada de atividades: orgulho demais!

GUSTAVO, o duque, já estava rodeando a gente bem antes de nossa aula terminar, e não é que o rapaz patina direitinho? Romero deu o show que ninguém acredita! Começamos nossa aula com uma correção da pisada pronada. Mais uma vez a constatação de que patins de bota de pano só é indicado para pessoas leves, com o tornozelo forte e que não tenham histórico de assimetria das pernas que impacte em pisada pronada. Romero já estava patinando quando começamos, e não precisou de aquecimento algum. Já começamos com reparo da troca de eixos que estava um pouco viciado e com a postura. Imaginem a altura de um cara de 93Kg que é magro! Alto demais, parecia até sacanagem pedir para ele estufar o peito - ficou mais alto ainda. Conhecidos por serem desengonçados, os patinadores de grande estatura precisam de muito esforço para fazer as alavancas necessárias às manobras, e Gustavo tem consciência disso. Trabalhamos o tempo todo a exigência da estética da patinação, e ele acolheu muito bem a nova postura. O que me deixou impressionado era a memória da patinação que ele teve na infância, que se recuperou durante a aula a ponto de ele mesmo se assustar. Pedi a ele que fizesse a curva trançada em torno do círculo da Helena lá no meio da praça. Quando ele começou, teve que escorar em mim os seus quase 100Kg, mas quando pegou o jeito - leia-se: lembrou-se da sua infância - começou a fazer a passada PERFEITA! Sim, Romero, no primeiro dia de aula, fez curva trançada para os dois lados! Essa bolinha da praça JK faz milagres... Só não vale ir lá jogar moedinha e fazer pedido. Tem que ralar mesmo. Gustavo também melhororu sua curva, que tinha vícios da sua infância (nem tudo é perfeito), e rapidamente pegou três tipos distintos de frenagem: 1 - Meia Lua; 2 - Curva fechada de baixo desempenho; 3 - parada brusca em faca. Nunca vi tanto assunto em uma aula só. Fomos para a grama treinar parada brusca, refinamos a meia lua que ele já conhecia e introduzimos a curva de baixo desempenho, que é mais interessante esteticamente, além de ser base para outras manobras que vamos querer aprender mais adiante.

POLLYANNA chega com a caravana dela. Na verdade, já estava andando (sem joelheiras) bem antes de começar a aula. Quando começamos, ela estava com os olhinhos vidrados. Acho que ela estava querendo tanto a aula que nem percebeu o calor. E acho que o Sol ficou enciumado, por que na aula dela a praça ficou mais quente ainda. Polyanna estava patinando lindamente, e nisso não tivemos que mexer. Em sua patinação, fizemos apenas uma modificação, que foi a rotação do quadril para aumentar a permanência em cada pé. Sua resposta foi tão becana que a praça interia queria Bis. Passamos então àquela manobra muito vistosa: aviãozinho, rs. Muito leve (sobretudo comparada aos 93Kg do Gustavo), Polyanna é graciosa na hora de montar a pose para cada pé, e fez tudo tão direitinho que logo mudamos de assunto na aula. Era hora de formar as alavancas para curvas. Com uma patinação tão bacana e de bom dsempenho, ela vai precisar controlar a velocidade que vier a ter. Fizemos curvas, sprints com viradas bruscas em altas velocidades e, quando faltavam 14 minutos para a aula terminar, com JULIANA calçando seu patins e se preparando, fomos dar uma espiadinha na av. Bandeirantes, que estava fechada para ciclistas, patinadores e caminhantes. Empolgada com o pequeno passeio, Polyanna me deu orgulho com sua postura impecável. Estavam todos olhando! No caminho, encontramos ANDIARA e sua amiga CRIS empolgadíssimas equilibrando no meio do povo caminhando no asfalto. Andiara, que agora está de Twister (!), traava de reaprender algumas coisas e se adaptar ao novo patins. Elas aceitaram meu convite para subir com a gente e lá fomos nós morro acima. Palyanna me perguntou se dava para aprender aquela freadinha em que colocamos um pé atrás arrastando. Ela é tão xique que só com uma dica da rotação do quadril ela já saiu fazendo a manobra, ficando vários pontos mais próxima da independência, já que essa manobra me deixa tranquilo em relação às descidas de pequena inclinação. Sucesso demais essa menina!!!!

Voltei para pegar JULIANA e ela estava toda sorridente. Ela sabia que íamos passear horrores na aula, e estava toda empolgada. Como ela era a última aluna do dia, resolvi fazer um grande desafio: SUBIR A AFONSO PENA ATÉ A PRAÇA DO PAPA. Saímos da Praça JK pela Av. Bandeirantes fechada e paramos no Nectar da Serra para um Açaí com leite em pó (por que quem não aguenta bebe leite, rs). Dalí, subindo pela contra mão, escalamos firmemente aquele morro que é muito mais doído para subir do que ele pode aparentar aos olhos de quem só assiste. Juliana cismou que queria ir até o fim, mas estava cansada desde o início, já que nossa jornada até alí não tinha sido lá esses passeios de escada rolante. Na subida, com patinaçãõ firme, o desafio era mesmo cardio vascular, e não de técnica. Ju se sentiu à vontade com a subidona (que deveria assustar qualquer um) e fomos-que-fomos. Na parte mais inclinada, fomos para a grama e Juliana ficou toda feliz. Disse que daquele jeito alí poderia passar o dia todo, e ainda soltou a pérola: "ai, se mamãe me visse...", hahahaha. Depois de cumprir a primeira grande parte pela grama, fomos contornar a praça pelo passeio para chegar ao topo. Na reta final, uma família simpática que estava assentada à grama curtindo a manhã de domingo parabenizou nossa pupila pela garra na subida, e Ju ficou toda orgulhosa, embora não menos cansada, rs. Depois tomamos uma água de coco (coco não tem acento, cocô é que tem, por que palavras terminadas em "o" são paroxítonas caso não estejam acentuadas - gastei). Animada pela vista, ar fresco e conquista, Ju aparentemente se esqueceu de que teríamos todo o caminho de volta e foi passear pra lá e pra cá. Lembrada da realidade, Juliana se precipitou em direção à escada e caiu de bunda a 1m de mim, rs. Descemos a escada feito Divos, e Ju ainda teve energia para se desafiar na descida frontal, do que desistiu por se perceber pouco alongada e bastante cansada. Descemos o primeiro patamar da praça ao som de música ao vivo do pessoal que passava o som para o Show de mais tarde, e depois o asfalto em "U" que faz a diversão do Minas Roller aos domingos. Em seguida, para a nossa alegria, descemos o restante da praça pelo gramado e fomos ao delírio! Mais adiante ainda, morro abaixo, começamos uma descida séria e concentrada, que exigiu sincronia, força, técnica e boa administração cardio vascular. Depois disso tudo, a Av. Bandeirantes se tornou uma mera rampinha de garagem, e chegamos à Praça JK inteiros, à exceção dos litros de água a menos da desidratação (mesmo com as águas, açaís e águas de coco).

Feliz pelo final de semana cheio de patinação e orgulhoso pelo progresso impecável de todos vocês, agradeço por mais essa oportunidade de recarregar minhas energias e participar do desenvolvimento e cura de vocês! Até a próxima!

Patrick Bonnereau
Instrutor de Patinação
#VamosPatinarJuntos
bhroller

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