domingo, 16 de novembro de 2014

RESENHA AULA 16/11/14

É sempre fantástico começar um domingo de Sol e Céu azul patinando. Mais divertido ainda quando fico sabendo que minha aluna recebeu uma cantada de uma senhora de 70 anos às 7:40 da manhã! Isso é vida, gente! Hahaha

Como sempre, e para não perder o costume, nossa zeladora, a HELENA, já esperava pela aula equipada e animada. Gente que tem bom humor de manhã é outra coisa, né? Essa moça, que no início do processo precisava de ajuda para ficar de pé, agora já está querendo fazer estrepolias! Já no começo da aula patinando com firmeza mesmo naquele pavimento da Praça JK que é danado de rugoso. Aliás, acabamos diagnosticando que as rodinhas e os rolamentos de Helena não lhe serviam mais à altura de sua patinação. Depois de uma breve aquecida, descemos direto para o asfalto, que tem pavimento melhor e é mais divertido. Helena não só não tem mais medo do reboque frontal em uma descidona como também praticamente não precisou de mim! Patinando na rua fechada, Helena se esforçava para encontrar um padrão de pendulação mais econômico, por que já estava cansando rápido de tanto fazer força. E Eis que ela encontra!!!!!!! Helena, de um certo ponto da subida adiante, simplesmente BRILHOU! Uma moça que passava correndo teve que fazer um comentário que adorei: “nossa, adorei a dança”. “A DANÇA”, gente! Olha que lindo o resultado de procurarmos trabalhar a postura!!! Veja como a patinação da Helena foi percebida por alguém de fora! Isso e LINDO DE VIVER!! Ainda precisamos trabalhar a patinação de alta eficiência, mas o fato é que ela conseguiu encontrar um jeito de patinar sem cansar. E foi tão bacana que pudemos ir MUITO LONGE patinando, já que ela não se cansava com facilidade, e pudemos ensaiar uns boliches com aquele povo todo que fica no nosso caminho e brota sei-lá-de-onde. Helena também tem curvas muito bem armadas, e pudemos descer sem problemas! Essa menina fitness está me deixando orgulhoso!!!! E, por falar em Fitness, ela ainda saiu da aula e foi fazer atividades físicas com o grupo dela, vê se pode?! Na próxima vamos dar um jeito de apertar mais e ver se ainda vai sobrar energia para mais alguma coisa… (brincadeirinha, rs)

Antes de nossa aula terminar Ana já estava rodeando a praça. Assentadinha na bancada, eu a vi de costas e já comecei a rir. Fiquei rindo de imaginar o que é que eu ia fazer com ela. Depois de cada eula eu me pergunto se ela vai ter coragem de voltar… E já faz meses que ela volta, rs. Ana já sabe as técnicas e faz os movimentos com perfeição. Seu traçado é bom e sua pisada simétrica… Mas ela está num medo que só vendo. E é com o medo dela que a gente zoa, e eu fico a aula inteira rindo. Começamos com um reboque brusco e lá vai Ana para o chão, já rindo. Ana usa uma bermuda de espuma, joelheira e cotoveleira. Toda equipada, Ana não se importa de cair tentando, e nunca se machuca quando cai. Rebocada morro abaixo e rápido, ana já começou a tremer. Firme e com uma boa base no patins, ela custa a acreditar na própria capacidade. Fizemos curvas na descida e ela respondia com perfeição, mas cumpria o trecho todo dizendo que ia cair e que não ia dar conta, hahahaha. Eu devia gravar isso e dar play para ela quando chegasse lá em baixo. Depois ela patina lindamente entre os pedestres na rua fechada, com desenvoltura e velocidade razoáveis. Ana já patina com potência e até subiu o morro sem queixa. Engraçada é a cara que ela faz quando aparece alguém no caminho ou um obstáculo: “Patrick, Patrick, o buraco, Patrick… Patrick… PATRICK!” hahahahaha. Ela range os dentes, faz cara de concentrada e fica com o nariz vermelho, HAHAHAHAHAHA. Gente, não consigo parar de rir, hahahahaha. Ela treme toda, fala que não vai fazer, mas faz tudo com perfeição. Na descida, outra revelação. Ana, bem mais segura, fez o encaixe frontal e desceu o morro com velocidade controlada. ABSURDAMENTE mais forte e resistente graças ao patins, Ana faz nossos trajetos sem se cansar e está com muito mais potência nos movimentos. Na hora de se levantar, tem força nas pernas que não tinha antes e, nas alavancas do reboque, tem muito mais firmeza. Na hora de desequipar para ir embora, Ana fez uma bateria de curvas fechadas comigo, para fechar a aula com o que começamos fazendo. Ana deu o SHOW de troca de lado da curva e ainda tirou onda. Já disse que o próximo choque vai ser a Massa Crítica.

Final da aula da Aana e ANA PAULA já estava chegando com o patins, a amiga com o marido e amigos. Adoro gente que leva caravana. Animadas, as meninas estavam doidas para patinar. Não trabalho mais com aulas em grupo e nem dupla por que a experiência me ensinou que as pessoas, por mais intimidade e afinidade que tenham, terão quase sempre caminhos diferentes para aprender. Ana Paula custou a se levantar do banco. Pedi que patinasse sozinha por um tempo e ela custou a desenvolver uns três metros. Isso deveria estar filmado, por que ninguém ia acreditar na evolução! Se Ju estivesse lá, diria: "ah, se mamãe me visse...". Fomos para a grama e ela pode se sentir mais à vontade por que na grama o patins não desliza. Impressionante o controle de quadril e tronco que ela apresentou logo de chegada. Na saída, só de pisar no chão, já vimos progresso!! Na patinação Ana Paula parecia uma DIVA no final. Aprendeu a empinar o peito e andar olhando para frente! No reboque, teve apoio firme e até curvas ela fez!! 😱! Como assim?!! Muito bom!

Enquanto isso, CAROL, que dividiu a  aula com Ana Paula, mostrou que todas as crianças deveriam calçar patins na infância. Isso por que levou alguns minutos para se encontrar no patins novo e, praticamente sem intervenções, teve sua patinação evoluindo rapidamente em apenas uma hora. Impressionante ver como funciona nossa memória motora. Verdade que, com a facilidade de se lembrar dos eixos e alavancas, vem também a facilidade de se lembrar dos vícios, e Carol ainda precisava trabalhar isso. Vimos que crianças em geral não têm muita consciência corporal, e acabam  patinando sem se preocupar muito com a estética da patinação. Carol, que não é boba, pegou rapidinho o espírito e em pouco tempo estava aprendendo a endireitar a Meia Lua (que já trouxe da infância), fazer curvas com mais solidez e até resistir aos puxões do sprint com bravura. Mais uma companheira para os nossos streets muito em breve.

THAÍS chegou tímida e foi assentar-se no santinho. Chamamos ela para se juntar à Caravana da Ana Paula batemos um bom papo enquanto ela se equipava. Carol até aproveitou para experimentar o Twister, que colocou em um pé só para sentir os dois patins ao mesmo tempo. Fica sempre a confirmação de que a engenharia do patins é MUITO relevante na construção da experiência de patinar. Thaís também já anda, e também tinha vícios. Com dois minutos de aula ela se convenceu da importância da postura e passou alguns minutos “desaprendendo” para acertar a estética de sua patinação. Com bastante medo e cuidado, Thaís é mais uma daquelas que pode muito mais do que acha que pode, e nosso trabalho será mais no sentido de destrancar o potencial do que propriamente amplia-lo. Ela responde bem ao reboque, patina bem para frente, se vira nas curvas e já esboça a meia lua. Treinamos bastante a pendurarão por que, assim como a maioria, Thaís tende a patinar pisando muito longe do centro de massa, e isso faz a patinação ficar exaustiva, além de estressar a lombar. Seguindo no meio dos pedestres, Thaís foi patinando feito diva, estendendo a permanência em um pé só e compreendendo a importância do giro de quadril para redistribuir a massa sem forçar a coluna. Na subida, mostrou tranquilidade, e na descida ainda ensaiou o encaixe frontal. Na volta assistimos um senhor de bicicleta enfiar a roda num bueiro afundado e ir de cabeça no chão em uma cambalhota espetacular. Paramos para acudi-lo (!). Seguindo, aprendemos a tornar nosso deslizamento mais seguro trazendo o apoio para uma perna só, deixando a outra pronta para emergências de pavimento ou de circunstância. Thaís se mostrou incrivelmente preparada e adaptada fisicamente, já que não oferece encurtamentos ou rigidez articular que prejudique o trabalho com as diversas dinâmicas do patins. Para terminar, fizemos uma série de meias luas para achar o ponto de troca de carga, e Thaís brilhou, embora já estivesse amolecendo pelo cansaço físico e mais o Sol na cabeça.

Praça JK não oferece banheiro nem sombra, mas é um lugar bonito, com gente bonita e traz muitos obstáculos do dia a dia para treinarmos com segurança. Fiquei muito feliz do desempenho das meninas e senti, mais uma vez, que precisamos andar todos juntos um dia. Vamos nos esforçar para participar das aulas dos coleguinhas, isso vai fazer bem para a patinação de todo mundo.

Obrigado pela companhia em mais um domingo de Sol COM protetor Solar! Vocês fazem muito bem à minha Saúde!
Patrick Bonnereau
Instrutor de Patinação
#VamosPatinarJuntos
bhroller

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