Num
dia em que o Céu parecia não se decidir se ia ou não nos permitir
patinar, fizemos o que pudemos, e tudo terminou em pão de queijo.Faça
chuva ou faça Sol, patinemos ou não... Os encontros pelo patins são
sempre divertidos.
CARLOS EDUARDO chegou
mais cedo e sofreu com a indecisão do clima. Entre Carrefour e Mineirão,
ficamos com Mineirão e nossa aula começou bem. O rapaz já patina sem
dificuldades e tem firmeza no corpo, além de ser leve e corajoso.
Acontece que, como a maioria dos homens, a força que ajuda na firmeza é a
mesma que os torna rígidos para alguns movimentos essenciais da
patinação. E foi esse o foco de nosso tabalho. Conduzido para a nossa
grande prova, a subida, Carlos foi obrigado a patinar com calma, ansioso
que era. Até chegar ao topo já tinha entendido que, na aula, o que
importa não é onde estamos indo, mas como vamos. No platô de cima
trabalhamos a patinação estabilizada e controlada, o reboque frontal e
as curvas de alto desempenho. Desconfiado, ele levou um tempo para
acreditar na finalidade de todos aqueles detalhes técnicos, mas logo ele
percebeu e entrou no jogo. Entrando em sintonia com as alavancas de
instruções, Carlos perdeu o equilíbrio e aterrissou devagar duas ou três
vezes. É difícil manter o braço esticado quando se está
desequilibrando, e infringir essa regra é quase sempre sinônimo de
comprar lote pelo Mineirão. Aos poucos fomos pegando o ritmo, e Carlos
bem resistente tanto ao calor quanto aos exercícios intensos. Para fazer
as curvas ele teve um pouco de dificuldade, e seu quadril precisava
mesmo de uma soltura. Optamos por demonstrar menos e praticar mais, e
fizemos vários minutos de um longo trajeto cheio de curvas. Sempre
segurando firme, Carlos passou a se desequilibrar menos e conseguiu
fazer a curva para um lalo. É sempre bom quando aprendemos alguma
manobra para um lado por que depois, para aprender do outro basta
consultar a nós mesmos. Sugeria ele que tentasse fazer isso, e nos
saímos muito bem. É claro que a primeira descida em "S" que fazemos
oferece algumas dificuldades, sobretudo para ele que não sabia fazer
meia lua. Mas não demorou ele já estava fazendo a manobra de maneira
intuitiva e bem apoiado... mais alguns minutos de treino e ele já fazia
praticamente sozinho. Nosso atraso para começar a aula devido à
"indecisão" do tempo consumiu um horário que era vago, e aproveitamos
para conversar longamente.
TALITA chegou na
hora da aula e estava vestida de bailarina. Já entrou tanto no clima que
veio até fantasiada. Animada para a aula e toda feliz com suas
conquistas, ela nem lembrava a aluna que não ficava em pé. Saiu andando
um pouco tensa, mas não demorou 15 minutos e já estava patinando
lindamente. Passamos uma parte da aula cuidando de conhecer limites
laterais para troca de carga. Ainda medrosa, Talita não trocava de pé
direito e acabava ficando nas duas pernas simultaneamente. Para eliminar
isso, treinamos a passada com os calcanhares próximos e a sustentação
de um pé só. Depois disso fomos à curva de alto desempenho, onde
agarramos um pouco até ela entender o que fazer com o quadril. Mais
interessante é que quando estamos tentando uma manobra mais sofisticada o
aluno nem se dá conta de que automatiza tudo aquilo que há pouco
representava um grande desafio. Cada vez que aumentávamos o desafio
Talita parecia se esquecer da dificuldade que tinha em enfrentar o
desafio anterior. CAROL RAMOS, que está em todas, apareceu por lá e
rodeou nossa aula, aprendendo, aplicando o que sabe e se divertindo.
Enquanto Talita vivia uns momentos radicais, Carol treinava o que tinha
aprendido nas aulas anteriores, e está dando um show de disciplina.
REGINA não pode ir ao Mineirão, e fez falta lá. Vamos aguardá-la engrenar novamente no ritmo das aulas.
LEACIR
apareceu com seu patins quad (aquele que tem dois pares de rodas
paralelas em cada pé. Com a chuva começando, fomos fazer nossa aula
embaixo da markeese. Retomando nosso trabalho de ajoelhar e levantar
para que as eventuais quedas não representassem um perigo, tratamos logo
de treinar. Mas Leacir, empolgado com seu sucesso na aula anterior,
quis fazer logo a versão mais complexa da manobra, que começava com o
patins em movimento. Foi fazer muita força e sentiu uma fisgada na coxa
direita. Para evitar o stress, resolvemos interromper aquele tipo de
atividade e fomos trabalhar as curvas utilizando o truque do patins e a
administração de velocidade com os dois pés no chão. A chuve estiou e o
chão secou rapidamente, e pudemos voltar a patinar lá fora. Nessa hora
Leacir deu o show! Patinando com certa velocidade, ele criou coragem
para tirar o pé do chão e, usando a inclinação dos pés que estava
estudando anteriormente, fez uma curva de 180 graus de um pé só. Para
ninguém duvidar está tudo filmado, rs. Foi incrível sua performance, e
está chegando a hora de procurar um professor específico de quad para
dar continuidade ao trabalho.
DAISY chegou
animada para ter aula, mas trouxe a chuva com ela. Sem chances de
colocar o patins na tempestade, ela se rendeu e foi curtir a reunião das
pessoas "ilhadas" no Braga. Pedimos pães de queijo e sucos para regar
nossa resenha forçada e nos divertimos muito.
Na
hora de ir embora a chuva estava tão forte que tivemos que arranjar um
esquema de revezamento com uma única sombrinha que tinha lá. Descemos em
comboio, entramos todos em um carro e fomos continuar a resenha em um
restaurante japonês. Foi muito divertido e saudável do início ao fim, e
cheguei em casa com a sensação de ter-se passado um final de semana
inteiro em um final de tarde com boa companhia e patins nos pés. Isso é
vida!
Patrick Bonnereau
Instrutor de Patinação
#VamosPatinarJuntos
bhroller
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