RESENHA AULA 07/02
CARREFOUR
Em
uma semana em que choveu todos os dias um patinador poderia ir pensando
em outras programações para um final de tarde. Mas minhas divas e divos
não são dessas! Programados para ocupar o estacionamento CARREFOUR,
fomos para lá em massa. Começando com a companhia de skatistas para
depois dominarmos completamente nosso espaço, chegamos a ser 15
patinadores enfeitando e iluminando aquele cantinho que estava tão sem
vida.
KLEYTON chegou tão mais cedo que acho
que ajudou a subir as portas do supermercado. Dividindo o espaço com os
skatistas que estavam lá desde mais cedo, tivemos que desviar o tempo
todo. Nada impossível para um patinador tão cheio de energia como esse
menino. Começando a aula com uma patianção eficiente, nosso trabalho foi
pesado e direcionado para manobras mais sofisticadas. Percebendo que
nosso jovem patinador tinha muita raça e coragem, levei ele ao limite do
desafio, e há muito não vejo TANTA RESPOSTA. O menino Kleyton
simpesmente saiu de uma patinação tímida e desengonçada para manobras
RADICAIS como power slide e curva trançada!!! Vocês têm noção de que faz
quase um ano que um aluno não treina power slide? Pois acabamos de
zerar essa estatística! :) Com as pernas muito grandes para poder compor
seus cerca de 1,85m ele enfrenta uma dificuldade especial com a
postura, já que seu centro de massa fica muito alto e exige muita
concentração e acerto nas pisadas. Sem medo de tentar, mas extremamente
cauteloso e disciplinado, Kleyton fez tudo o que foi pedido, e
exatamente como orientado. Treino DEZENAS de vezes cada movimento e se
esmerou muito. Com o chão cheio de pequenas poças de água devido à
passagem de carros com pneus molhados, ele ainda teve que enfrentar
eventuais escorregadas que tiravam sua estabilidade. Mesmo assim, em
momento algum deixou de se esforçar para fazer o movimento perfeito, e
tive até que filmar suas peripércias para ficar registrado. Está de
parabéns esse menino, gente!
WALDÊNIA chegou
com o marido, que ficou fazendo compras enquanto ela patinava. Ainda com
muito medo e travada, Waldênia demorou um pouco a se aquecer e confiar
no processo todo. Patinando com excesso de prudência, ela raramente
fazia uma pendulação completa, obrigando o corpo a voltar sempre para a
base de duas pernas e exigindo muita energia para cada patinada. com o
apoio firme para ela entender que estava segura, começamos a melhorar a
patinação na primeira "subida". Só para deixar claro, o estacionamento é
plano, mas para um patinador, os desníveis de escoamento já fazem
diferença, e Waldênia sentiu. Com custo e aos poucos, Waldênia foi
soltando o quadril até que, finalmente, conseguiu se sustentar em uma
perna em uma passada. Com uma certa assimetria que é normal, ela tinha
mais facilidade em se sustentar na perna direita quando eu estava à sua
esquerda, indicando, conforme diagnosticado desde o princípio, que o
medo é maior que as dificuldades técnicas. Respirando fundo e já se
cansando de tanto esforço físico e mental, ela começou a se soltar e dar
remadas mais eficientes. No meio da aula ela já conseguia passar uma
perna perto da outra durante as passadas e já não se escorava mais em
minhas mãos. Passamos às curvas. Uma curva de alto desempenho pressupõe
velocidade, e é a hora em que o medo vem querer tomar a gente. Waldênia
se esforçou muito para se soltar, mas é realmente um grande desafio sair
com velocidade no reboque frontal. Seu medo era tanto que seu quadril
se opunha ao sentido do centro da curva como se não quisesse ser tragada
por ele. Com muito custo e muitas abordagens diferentes, Waldênia
entendeu a técnica e já estava pronta para executar uma boa curva. O
medo, contudo, que é um trabalho em outra esfera que demanda dedicação,
ainda a cobria de desafios. Por fim, quem tinha medo de andar para
frente já estava fazendo meia lua assistida, balão com zigue zague e
curva com rotação auxiliada. O maridão chegou e ainda assistiu sua
performance. Quando esse medo der uma brecha, e será MUITO EM BREVE,
vamos arrasar com a técnica que já foi facilmente absorvida.
ALINE
está prestes a viajar para passar um ano fora do Brasil. Com o sonho de
patinar pela Austrália, Aline faz as aulas para se tornar independente.
Pois acho que ela precisa mesmo é de quem a filme para mostrá-la que já
está emancipada há muito! É claro que sempre há o que desenvolver, e
que o instrutor vai acelerar o processo, além de torná-lo mais acertivo e
seguro. Mas Aline está pronta para nos deixar por um tempo. Cansada de
uma maratona de noites mal dormidas, sua fraqueza física afetou bastante
a aula. Mesmo assim, obstinada, ela não perdeu a concentração hora
nenhuma, e foi até o fim completando todos os objetivos traçados para
ela. Primeiro revisamos a remada, que ela precisava concentrar mais no
eixo para balançar menos. Usando os pés mais próximos na troca de passos
ela começou a patinar sem oscilar de um lado para o outro e, como de
costume, até começou a adquirir velocidade. Na hora das curvas,
essencias à segurança de quem patina só, Aline teve que usar o máximo de
seu corpo e mente para conseguir pegar a questão do quadril para o lado
de dentro. Com muito medo, assim como Waldênia, ela se opunha ao
sentido do centro da curva e a impedia de sair com leveza. Muito
trabalho de consciência, demonstrações e curvas assistidas e FINALMENTE
ela conseguiu entender. Cansada e já no final da aula, a técnica não
teve correspondência física adequada, mas o sucesso foi claro e
definido. Além disso temos certeza de que o sono e a reflexão, mesmo que
inconsciente, trarão luz a essa patinação.
Feliz
por ter podido patinar mesmo com tanta chuva e mais ainda por todos os
que compareceram para alegrar aquele estacionamento tão abandonado,
encerrei meu sábado feliz e pronto para um domingo com muito patins!
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