sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015

RESENHA AULA 13/02/15

RESENHA ESTREIA BEBEH E ROBERTA



A primeira aula tem uma energia tão gostosa de descoberta que eu sempre me sinto estreante junto com minhas alunas. E nessa manhã de estreias tivemos patins novo e sessão de fotos! É muita alegria, gente.

ROBERTA já não via a hora de estreiar seus patins. Contando os dias desde que comprou o patins e tendo já frustrada uma aula por causa da chuva, ela estava vibrando quando chegou. Com a tradicional mordida que o professor PRECISA dar nas rodinhas seu patins já estava pronto para uso, e a aula começa com aquela inevitável sensação de que vale o investimento. Comparada à experiência da aula passada, em que a pisada muito solta quase derrubava Roberta a cada duas ou três tentativas de pendulação, dessa vez ela conseguiu se sustentar sozinha. Engraçado era ver ela "ficando play mobil" quando ia assistir alguma demonstração, rs. Roberta é incrivelmente disciplinada! Ainda com dificuldade de patinar, Roberta tinha a tendência muito comum de lançar a perna à frente como se estivesse de tênis, e fomos nos esforçando para mudar esse hábito. Além disso, com a posada mais firme, exploramos a sustentação em um pé só, o que funcionou muito mais agora que o patins não atrapalha. Na verdade, até aviãozinho ela fez, e ficou bastante tempo estável! A pisada de calcanhar melhorou muito, mas tivemos dois ou três desequilíbrios para trás que considero perigosos. Na descida com reboque frontal ela ficou mais firme, e as curvas de alto desempenho saíram com pisada perfeita, embora ela ainda precisasse de apoio para a rotação. Naquele calor Roberta fez o melhor que poderia conceber depois de uma aula de muito trabalho duro: água de coco! E ainda teve a tarefa de ser a fotógrafa da aula de Bebéh.

BEBÉH estava ansiosa para a sua primeira aula. Sem patins, ela estava preparada para calçar um meu antigo, e haja meia para encher quatro números acima do pezinho dela. Mas Roberta, que já simpatizou pela debutante do patins, fez a caridade de emprestar o seu patins que tinha acabado de ser usado pela primeira vez. Diante da diferença absurda entre as duas experiências (Patins largo x patins justo), tive que estimular Bebéh a aceitar a gentileza. Com seu equipamento profissional de fotografia Bebéh já tinha planos especiais para a aula: fazer uma foto bacana desse dia especial - e trouxe até referência. Enquanto ela colocava o patins teve tudo quanto é pose para fotos, com direito ao famoso clique do cabelo esvoaçante. Depois a câmera foi para Roberta, que fez a cobertura do evento, rs. Bebéh não conseguia ficar de pé e o patins resvalava para todo lado naquele começo sofrido. Mesmo sendo uma atleta de academia, Bebeh ainda tinha que acordar uma musculatura muito específica para patins. E foi uma peleja divertidíssima aquele comecinho! Ficando mais firme a cada minuto, Bebéh foi escorando menos em mim e divando mais. Sua pisada, mais acertada em cada nova subida, deixava sua patinação mais estável. A Barragem sediava um evento de saúde, com direito a barraquinha, medição de pressão e assistentes sociais. A plateia numerosa talvez não tivesse a dimensão do que estava acontecendo, mas Bebéh estava aos poucos sendo possuída pelo vírus do patins, e seu desespero aos poucos foi dando lugar ao prazer de se ver evoluindo. Por fim, com a melhor cara do mundo, Bebéh me faz o aviãozinho para a foto e entra para a história das próprias hilaridades com novo esporte e nova amizade. A foto não me deixa mentir.

FABIANA chegou como quem sai do quarto e vai para a sala. Morar em frente ao local de aula tem essas vantagens. Sempre animada e topando qualquer horário, Fabiana é uma das alunas mais calmas que eu já passaram por aqui. Fabiana tem um jeito engraçado de desequilibrar, e não reclama de nada. Seu coração vai à boca de tanto esforço, e a carinha dela é de quem está se divertindo horrores. Tendo aprendido direitinho como se comportar no revoque frontal, ela faz quase qualquer movimento com o apoio do instrutor, mas fica insegura quando está sozinha. O negócio é trabalhar o apoio moral. Seguindo a ideia que Bebéh acabou estimulando, foi a vez de Fabiana receber apoio moral pelo dedinho. Parece até uma hipnose... Basta segurar o dedinho e ela fica firme. Movimentando muito para frente e para trás, Fabiana estava parecendo um João Bobo. Só mesmo a santa subida para acertar tudo. Com dificuldade e tendo que parar para respirar, Fabiana dava três passos para cima e dois para baixo. Cansativa e repetitiva, a subida não rendia. Bom, pelo menos APARENTEMENTE não, por que, no fundo, o melhor do aprendizado se fazia ali: os músculos estavam sendo amplamente recrutados, com direito a melhora no reflexo e postura. Depois de 10 minutos de esforço ela começou a desembolar, mas o cansaço tomou o lugar que antes era o do desconhecimento. Agora, como antes, Fabiana tinha dificuldade de terminar de subir, mas não por não saber fazer-lo. Sua energia não tinha acabado, mas suas pernas e costas estavam realmente “usadas”,  e foi a descida que trouxe a promessa de alento… Promessa, por que foi só começar a ser freada e já assenta no chão sem forças. Com medo de descer desembestada, ela travou as pernas e soltou os braços, escorrendo para o chão. Sem perder o ânimo e aparentemente sem se importar com o tombo, ela continua o passeio que só reserva descida até seu descanso. Sucesso por ter partido de uma condição de dificuldade de se sustentar sem desequilíbrio para uma condição de patinar por aí, Fabiana está só no início de sua carreira com os patins.

CLÁUDIA chegou para a sua primeira aula ainda sem ter seu patins. Tendo que vestir um que era alguns números maior que seu pé, ela vivenciaria um grande desafio: ficar de pé e pisar com firmeza em um patins que dá liberdade demais aos movimentos dos pés. Já querendo levantar sozinha e sair andando, Cláudia foi praticamente amarrada ao passeio enquanto colocávamos nela a enorme joelheira de alunos. Para a surpresa de todos que assistiam, Cláudia não apresentou problemas com o patins grande. É claro que ficou com aquela sensação de insegurança e pernas soltas no início, mas nada que um aquecimento não resolvesse. 

Com a sensação de ter estado em uma grande festa, e feliz por ver uma nova amizade se iniciando em um mundo tão carente das relações analógicas, voltei para a casa realizado mais uma vez. O que viesse pelo resto do dia seria lucro depois de uma manhã gostosa dessas.


Patrick Bonnereau
Instrutor de Patinação
#VamosPatinarJuntos
bhroller

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